Monday, 22 September 2008

Profundamente


Eu queria que me olhastes profundamente do jeito em que eu te olho e que descobrisses por entre minhas veias das coisas desse sangue quente que me corre. Entao talvez tudo ficaria claro. Como o dia. Como a noite. Como o frio nas noites de novembro. Entao tu entenderias minha verborragia e minha falta de tempo. Entenderias porque grito quando tenho medo e porque nunca soube esperar nem um segundo.

Se me olhasses por dentro, do mesmo jeito que te olho, entenderias porque me humilho sem medo, e choro na frente do inimigo. Entenderias, meus arrepios de frio, e meus momentos de inspiracao. Entenderias quando meus olhos ficam mais verdes, ou quando estao marrons. Se me devorasses, do mesmo jeito que te devoro, tua pele, tua alma, tentando entender-te, sendo tu, e olhando com teus olhos, tu entao finalmente me descobririas.

O encanto poderia ser fatal, se me conhecesses profundamente. Se teu amor fosse profundamente sentido. Mas me sugas como vampiro meu sangue mais puro, e me enfraquece com tua fome cega, egoista e moral. AF

O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi"

Cazuza

Cazuzaaaa.....

Eu vou pagar a conta do
analista
prá nunca mais ter que saber quem eu sou
Ah!

saber quem eu sou..

Sunday, 21 September 2008

Do amor



Certa vez uma amiga me disse que ninguem morre de amor. Romeu e Julieta morreram de amor, lhe disse em contradicao, e ela me olhou profundamente e me disse que eles morreram de idotice e nao de amor. Se Romeu tivesse lido o bilhete que Julieta lhe deixou nao teria tomado veneno e estupidamente se matado.
A retorica proceguiu, por horas e horas, e muitos calices de vinho, teorias, passagnes de livros e filmes sem que chegassemos mesmo a lugar nenhum. A piada ficou, e sei, que se eternizara em nosso meio, toda vez que alguem estiver chorando com o coracao partido, sei que uma de nos gritara sem piedade- Ninguem morre de amor!
Devo dar a mao a palmatoria e aceitar que ninguem morre de amor, mas as vezes, e como se morressemos, e e uma morte lenta, um processo doloroso, que vai aos poucos retirando cada pedacinho nosso, das coisas que conheciamos sobre nos mesmos e que passam a nao fazer mais sentido. Se morre subjetivamente de amor. E uma doenca que consome lentamente, e que nao possui antibiotico, vacina, ou remedio para dor.
Perder quem se ama, nao pela morte fisica, mas pela morte do elo que um dia existiu e sem duvida um desfio desesperador para a alma, que se apega tanto ao querer bem, sem saber medir os vicios e as delicias.
Cortar o elo e dificil, pois a pessoa ainda existe, so que nao pode mais existir na mesma dimensao, entao e preciso se armar de muros e muralhas para que o coracao entenda que de certa forma, embora ainda viva, aquela pessoa precisa morrer (subjetivamente). E como segurar a impulsividade de um telefonema? De um e-mail? De um jantar? Tudo bem se os dois lados estiverem bem resolvidos com a resolucao da separacao, mas o que acontece se um dos lados ainda ama com voracidade e ainda deseja que tudo fosse como antes, mais uma vez?
Mas assim como podemos morrer por amor, tambem podemos ser curados por ele, e essa e a viagem mais emocionante, no exercicio de viver. Como nas historias de contos de fadas onde a Cinderela foi salva por seu principe e a bela dormecida voltou a vida apos um beijo. Dizem que nada como um novo amor, para enterrar o velho.
O amor e a energia mais poderosa que existe. E por ter tanta forca vital, ele salva e mata. Aprisona e liberta. E quase sempre vive independente da nossa vontade, nasce, morre, rensace, ao nosso olhar atonito, que senta e percebe suas mudancas, sem ter controle quase algum sobre ele. Amor e quimica, misterio, sensibilidade, destino, aroma, paladar. Sabe se la porque nos paixonamos por aquele cara que nao tinha nada a ver com a gente.
A dor maior e quando o amor de um decide acabar enquanto o amor do outro ainda vive e nao quer sair. Expulsar o amor dentro de um coracao, pode ser a tarefa mais dificil do exixtir.
Ninguem morre de amor, mas as vezes a dor e tanta, que se fosse dor fisica, possivelmente o coracao pararia de bater. Como Cazuza disse um dia -Morrer nao doi! Se a morte nao causa dor, os pesos das perdas no viver deixam cicatrizes, e nos paralizam por um certo tempo nesse estado de dor intensa, onde prazer e alegria sao sentimentos quase impossiveis de reconhecer.
Toda perda gera conflito e dor, e nos atira para um outro nivel, para um outro cenario, que precisamos tentar conhecer, mesmo quando tudo o que desejariamos nessa hora era olhar pra tras e pisar naquela terra confortavel que deixamos.
Perder doi, e melhor seria se nao precisassemos perder nunca. Quem esta vivo sangra.
Ana Frantz

Friday, 19 September 2008

Abstinencia


  Por quanto tempo dura um amor? Por quanto tempo dura a dor de amar? Ate quando o coracao suporta tanto desespero? Ate que profundidade as lagrimas escorrem antes de cessar sua torrente?
   Tom Jobim cantou que todo grande amor so e bem grande se for triste. Os poetas dizem que criam mais quando sangram. E que amor, so e amor, se sobreviver as tempestades do desejo, da luxuria, do odio, e do perdao inevitavel.
   Pela vida que me corre nas veias, e dentro desse coracao que bate incansavel, desse orgao subjetivo que nunca desfrutou de amor alegre, de amor facil. Esse coracao que sangra e ama, que se entrega de olhos fechados. Esse coracao que grita e se irrita, que diz que ama, e tambem odeia. Esse meu pobre coracao de poeta. Coracao de Tom Jobim, que ama grande, e ama triste. 
   Esse coracao que se cansa de ter esperanca.
   A paciencia que nao me cabe, nessa desmedida urgencia de te ter de volta envolto em meus bracos que tanto te desejam. Essa falta, essa abstinencia, que finjo e fujo, mas que em noites de sexta feira me atormentam. Que sugam o que ha de melhor em mim.
  Se ele soubesse do que ha de mais belo em mim, e se ele descubrisse que essas estrelas so brilham para lhe ver chegar, um dia... E se as estrelas descessem aqui, nessa noite vazia, nessa cidade imensa, queria que elas me levassem tao alto, para poder te ver, e te alcancar, nessa distancia que nos une, na solidao de nos dois.
    Se ele soubesse da verdade do meu amor, de que cada passo, de cada piscar de olhos, e comeco de manha, meu desejo, meu cansaco, meus sorrisos, minha esperanca que e guiada pela demorada abstinencia, pela falta e agonia, do nao saber. Que minha saudade tem vida e que sinto a falta dele a cada noite envolta em meu cobertor.
Ana Frantz
    

Viktor & Rolf


Thursday, 18 September 2008

Writer


As a writer, either you grow or you get stuck.

That’s all there is to it. By that I mean that creativity is by its nature a growing and developing thing, and when we hold it back, it ruins us with its ferocious energy.
And because we are human, everything has to happen through the body.
So the body gets tired, needs looking after, needs respecting. That’s why I live as I do – the food, the exercise, the sleep. I want to go on working, and for that I need my whole self, not just my head, and for that I have to look after my whole self. Jeanette Winterson

Ainda Janette

Desire deserves respect.
It is worth the chaos.
But it is not love, and only love is worth everything.


constellation
of
wants and needs,
hopes and dreams,
a whole
universe
of
uninhabited
stars
looking for life.
Jeanette Winterson

Losing...


Why is the measure of love loss? In between those two words – love, loss, and standing on either side of them, is how all this happened in the first place. Another word: desire.

Wednesday, 17 September 2008

Chapter 1:

"Emma Woodhouse, handsome, clever, and rich, with a confortable home and happy dispositi0n, seemed to unite some of the best blessings of existence; and had lived nearly twenty-one years in the world with very litle to distress or vex her" Jane Austen

Tuesday, 16 September 2008

My eyes- Santorine





Sobre decisoes



Queria a inocencia de uma crianca em face de minhas mais extremas decisoes. Quando na iminencia de me atirar do alto, opto sempre pela covardia virando as costas para o maior frio da barriga que eu poderia esperar numa existencia inteira. Gostaria de as vezes nao saber as consequencias. Nao pesar as perdas, os juros, os lucros, o tempo que passa no relogio. Queria ter a liberdade de uma crianca, que ainda tem a tarde inteira para brincar, e uma vida inteira para planejar.

A vida as margens dos vinte e poucos anos, e cruel. Porque ainda somos jovens, mas velhos demais para continuarmos perdidos. Ainda temos tempo, mas nao o suficiente para perder com decisoes erradas. Ainda queremos casamento e filhos, mas antes deles, precisamos acelerar o caminho ao sucesso profissional, que deve vir logo, caso contrario correremos o risco de sermos maes avos. E isso, temos certeza, nao queremos encarar a maternidade com rugas demais.

A vida corre ligeira em 2008, com o "Credit Crunch" alarmando a sociedade e mais e mais empresas fechando suas portas a cada novo jornal entregue. Uma sociedade esmagada pela correria e pela simples luta por sobrevivencia, que muda de rotulos e varia de individuo para individuo.

Tempos complicados estes, em que escolhi nascer, numa decada, em que deveria ter mais certezas do que duvidas e me afirmar na escala social, para o "gran-final" passeio pela maturidade. Continuo correndo atras da fila, na espera de pegar esse voo logo, mas enquanto isso, tento deixar a vida me levar e nao ser levada pela correnteza da crise financeira. Quando abri o jornal na segunda feira de manha e descobri que o banco de investimentos Lehman Brothers faliu, fiquei chocada. Trabalhei la por dois anos, uma empresa fortissima, com um nome de peso, 4 mil empregados instalados num predio de 31 andares, tecnologia de ponta, e uma infraestrutura gigantesca. Da noite para o dia 4 mil pessoas desempregadas. Ondas de instabilidade ecoando nos quatro cantos do mundo. Os grandes jornais de Londres anunciam a maior recessao dos ultimos anos, comparada a grande recessao pre guerra de 1929.

De volta a 2008, a recessao certamente anda me perseguindo e com muita sorte venho escapando ilesa. A companhia aerea XL da qual viajei para a Grecia na semana passada decreteou falencia 24 horas apos eu ter aterrizado sa e salva no Reino Unido, e Lehman Brotheres fechou suas portas apos um ano do meu pedido de demissao. Espero continuar tomando as decisoes certas, fechando as portas, antes que elas se fechem na minha cara. No entanto a certeza das escolhas e os diversos caminhos que elas podem nos levar vai ser sempre o risco maior, que nem a bolsa de valores poderia superar.
Em meio a essa nuvem negra de instabilidade e inseguranca, nos, mulheres ainda meio adolescentes de vinte e poucos anos, ainda meio perdidas, ainda sofrendo nos ombros o peso da independencia financeira, precisamos de um bom jogo de cintura para nao cair do salto, e continuar encontrando meios de seguir a moda, por onde quer que ela passe, precisamos lembrar de colocar o batom na bolsa, de ler aquele livro, de ver o Walter Salles e ainda termos tempo para sonhar.

Enquanto isso na terra da Rainha, a London Fashion Week, tenta distrair e pincelar as paginas coloridas dos jornais com modelos e marcas famosas. Se teremos ainda inclinacao para gastarmos em brochinhos e bolsas, isso so o mercado financeiro podera responder e essa resposta talvez ainda custe a chegar.

Ana Frantz

Credit Crunch


The world is fading Fast...

Friday, 29 August 2008

Sobre o que voce acredita?

Não acredito em Deus nem em vida após a morte."
Caetano veloso
Não sei se a vida eterna existe, mas eu não quero ir lá conferir." [ Emerson Fittipaldi ]
A morte é apenas a próxima grande aventura da vida." [ Joanne K. Rowling ]

O amor é o ridículo da vida. A gente procura nele uma pureza impossível, uma pureza que está sempre se pondo. A vida veio e me levou com ela. Sorte é se abandonar e aceitar essa vaga ideia de paraiso que nos persegue, bonita e breve, como borboletas que só vivem 24 horas. Morrer não doi." [ Cazuza ]

Eu fiz 94 anos, mas já digo que estou com 95 para me energizar e chegar lá. Escrevam o que eu digo: eu só vou morrer quando eu quiser! Não programo morte, eu programo vida!" [ Dercy Gonçalves ]

Morrer e apenas nao ser visto, e apenas a curva da estrada. Fernando Pessoa

Os Deuses escondem do homem a beleza da morte
para leva-los aaguentar a vida. Luca

Todos nos, cedo ou tarde vamos morrer. E so quem aceita isso esta preparado para encarar a vida. Paulo Coelho

Se a morte fosse um bem, od Deuses nao seria imortais. Safo de Lesbos

Nao acredito em vida apos a morte, portanto nao tenho que me preocupar em ter medo do inferno ou do ceu. Por pior que sejam as torturas do inferno, acho que a chatice do ceu e ainda pior. Isaac Asimov

Se pudesse viver novamente, na próxima vida tentaria cometer mais erros. Jorge Luis Borges

Não quero atingir a imortalidade através de meu trabalho. Quero atingi-la não morrendo." Woody Allen

É uma infâmia nascer para morrer não se sabe quando nem onde." Clarice Lispector

O dia que chegar, chegou. Pode ser hoje ou daqui a 50 anos.
A única coisa certa e que ela vai chegar." Ayrton Senna

Bebe e diverte-te pois nosso tempo na Terra é curto e a morte dura para sempre. Amphis

Morremos um pouco cada vez que perdemos um ente querido. Publilio Sirio

Thursday, 28 August 2008



O que mexe com a libido das mulheres não é a beleza física é a inteligência. Tanto que revista de homem nu só vende para gays.

Pedro Bial

Santa Cruz e eu

O melhor sistema de saúde

Santa Cruz do Sul é mais conhecida como a capital do fumo. No nordeste gaúcho, a cidade abriga o maior complexo beneficiador de fumo da América Latina. Mas gasta 30% do seu orçamento com saúde. A cobertura do sistema público alcança 90% da população, muito acima do padrão de 25% recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Veja Edicao Jul/2008

Ja que Santa Cruz do Sul, foi nomiada pela veja na edicao de Julho como a cidade com o melhor sistema de saude no Brasil, resolvi fazer uma reflexao, sobre as joias raras de Santa Cruz, essa terra que me viu nascer e que guarda em sua caixa encantada tantos afetos meus e tanta mas, tantas saudades...

Fui filha de Santa Cruz por 21 anos, e tinha exatamente 21 quando a deixei. Ainda me sinto sua filha, mas totalmente idependente de suas diretrizes, de suas regras, e rotinas. Lembro muitas vezes de me sentir so em Santa Cruz, tao so, uma solidao parecida a um deserto, era quase uma angustia, talvez por ser assim, uma cidade pequena, com suas ruas e esquinas muito bem mapeadas em minha alma sempre tao atenta ao que eu nao podia alcancar. Mas adolescencia e uma fase complicada.

Fui uma crianca feliz em Santa Cruz, na Rua Joaquim Murtinho, uma floresta corria nos fundos da minha casa, e la eu tinha disponivel todas as ferramentas para a construcao do meu mundo magico. Uma pena que minha vo anos depois teve que vender as terras. Para minha sorte ja havia dado tempo de subir em todas as arvores, fazer barraquinhas, brincar dentro da caverna, pular entre sipos, catar ervas, pedras, e ate mesmo minha argila. Tempo magico. Uma infancia impecavel. No jardim de casa tinha minha casinha de bonecas, ao lado da lavanderia da mae, la foi meu mundo tambem, com meus bebes, panelinhas, vassouras, e toda essa parafernalia da infancia feminina. Depois a casinha se transformou em minha fabrica de velas, um impulso empresarial que nunca decolou do jardim.

Da adolescencia lembro um amor complicado, lembro muitos amigos sendo criados a cada dia, lembro festas, lembro copos quebrados, lembro meu pai preocupado esperando eu chegar de madrugada, minha mae de cara amarrada porque eu nunca estava em casa, lembro ela feliz quando secava a louca. Lembro almoco de domingo eu sempre de ressaca tentando fingir apetite. Lembro a janela do meu quarto, meu portal magico para todos os sonhos que tinha. Lembro as estrelas nascendo, o cruzeiro do sul la olhando pra mim. O morro da cruz, a lua que nascia por de tras dele...

Das coias boas de Santa Cruz? Talvez as lembrancas de tudo o que vivi, talvez o sentimento por todos os amigos que conquistei, e e claro pela familia que sempre sera minha. Talvez os livros da Lya Luft, os risolis da casa de cha Pritch, talvez o por de sol no aero (talvez nao o mais belo do mundo, mas o que dava sensacao de casa). Talvez uma caminhada ate a gruta, uma paradinha na Catedral vazia, um sorvetinho na Marechal Floriano ou ver um amigo cantando no Cafe Floriano. Um passeio pela Boa Vista ou uma viagem por dentro. Santa Cruz, mais do que uma cidade, e um portal, onde guarda tantas memorias, onde guarda tantos coracoes que ainda pulsam em suas arterias e que me enchem da saudade mais avassaladora que existe.

Sim, "Santa Cruz fiel, Santa Cruz gentil, onde reina a paz, onde brilha a luz sobre o reindo de Jesus, Deus te slave Terra amiga".

Ana Frantz

Wednesday, 27 August 2008

London and I


Londres e eu nos conhecemos a exatamente seis anos atras, e nessa relacao de amor e odio, ja pensamos varias vezes em terminar tudo e tracarmos caminhos diferentes, mas continuamos juntas ate hoje...
o
Quando cheguei em Londres em Agosto de 2002, era apenas uma menina de 21 anos de idade, com a planta dos sonhos em minhas maos, e na bagagem uma mala cheia de duvidas, e a inexeperiencia na carteira. Londres foi quem me ensinou as artimanhas do mundo adulto, foi o terreno onde eu me transformei de uma adolescente perdida em uma mulher, (talvez mais perdida ainda), mas o que Londres me deu, jamais vai tirar. Cicatrizes e memorias, num livro de aprendizados e prazeres. Londres me deu asas, mas nunca me deu um chao. E em seus antagonismos tao profundos, me fez sua presa, nessa deliciosa perdicao, como uma sede sem fim, uma busca que nao encontra um final.
l
Fazer parte de uma populacao de nove milhoes de pessoas, vindas de todas as partes do mundo, com uma parcela Britanica e claro, e uma experiencia caotica, e unica talvez. Viver no meio desse caos organizado, ja faz parte de mim, e e uma simbiose organica, ja nem reparo mais nos sutaques no trem, na multidao enlouqucida caminhando pelas ruas, nos punks, hippies, indianos, coreanos, Judeus, jamaicanos, enfim, o carnaval natural das nossas tao limpas ruas londrinas. Nao reparo em cada teatro novo estourando em West End, nem nos artistas de Hollywood desfilando no carpete vermelho em frente ao Odeon na Trafalgar Square. Nao sei dos gigs na Brixton Academy nem dos de Earls Court, dos nightclubs do momento. Nao sei muito a respeito da minha cidade, que muda tao rapidamente a cada dia com mais uma construcao na esquina. Nao sei onde Banksy rabiscou seu ultimo trabalho, assim como nao sei qual foi o ultimo trabalho dele apagado em um muro qualquer. Nao sei onde a Madonna foi vista andando de bicicleta pela ultima vez. Nao sei onde fica a casa da Amy Winehouse em Canden Town. Na verdade, nem sei o que escrever sobre Londres.
l
Sei das coisas que sinto. Sei das coisas que vi, serem coloridas e outras vezes descoloridas nessa aquarela magica chamada London. Vi pessoas partirem. Vi gente chegando no Heatrow. Nunca vi, familia minha aterrizar, mas vi a dos outros. Vi casamentos. Fiz parte deles tambem. Vi separacoes, fiz parte delas tambem. Vi gente se mudar, eu tambem me mudei. Vi gente chorar, rir, beber ate ficar bebado, perder o rumo de casa. Vi vitrines criativas, interiores inesqueciveis, comidas deliciosas, vinhos saborosos, frutas azedas.
Ja andei pelas ruas cobertas de neve me sentindo muito so, ja andei acompanhada ao lado do homem que amei, ja corri por essas mesmas ruas feito crianca com amigos do peito. Ja tomei banho de chuva, e muito pouco banhos de sol.Ja andei sem rumo, ja andei com pressa, ja caminhei com mapa nas maos, e outras sem ter ideia de onde eu deveria chegar.
l
Londres, como qualquer outra cidade, em suas ruas, e arterias, seus bairros, onibus e trains, suas luzes e catedrais, e apenas mais uma cidade, e eu nela mais uma celula a piscar faceira em seu sistema.
Mas hoje Londres e eu somos uma so, nessa Odisseia so minha, que so eu poderia entender. Apago as seis velinhas e faco um pedido agora...
Ana Frantz


6 YEARS IN LONDON....




....................................................hhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhToday!


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Not comfort but the smoothness of
magical------------------ happenings,
Not security but the drug effects of harmony,
nO CLOCK---------------- time but the instantaneity of ------------------MIRACLES!*
nO LABOUR BUT THE realisation of ---------------------all wishes.
No peace but the sequence of -------------------------------------------DREAMS
No rebellion against change,
----------------------------------LOSS, death,
---------------------------------------------------------------------passing of time,

but the quest of eternal in every moment
Anais Ninn

999

Burnt


---------I would like
--------------------to be
------------always
--------------ate the beginning of Love,
--------------when the flame is so strong
----------------------------------that all
---------------the differnces,
all the hostilities, all the defects,
ARE BURNT! *
Anais Ninn

Candlelight

We lie in bed asking ourselves why the candles tremble so. Gonzalo says: "They are anxious"
Anais Ninn

Outro tipo de mulher


Depois da invenção do photoshop, até a mais insignificante das criaturas vira uma deusa, basta uns retoquezinhos, aqui e ali. Nunca vi tanta mulher nua.Os sites da internet renovam semanalmente seu estoque de gatas vertiginosas.O que não falta é candidata para tirar a roupa. Dá uma grana boa.E o namorado apóia, o pai fica orgulhoso, a mãe acha um acontecimento, as amigas invejam, então pudor pra quê?

Não sei se os homens estão radiantes com esta multiplicação de peitos e bundas. Infelizes não devem estar, mas duvido que algo que se tornou tão banal ainda enfeitice os que têm mais de 14 anos.

Talvez a verdadeira excitação esteja, hoje, em ver uma mulher se despir de verdade... Emocionalmente. Nudez pode ter um significado diferente e muito mais intenso.É assistir a uma mulher desabotoar suas fantasias, suas dores, sua história. É erótico uma mulher que sorri, que chora, que vacila, que fica linda sendo sincera, que fica uma delícia sendo divertida, que deixa qualquer um maluco sendo inteligente.Uma mulher que diz o que pensa, o que sente e o que pretende, sem meias-verdades, sem esconder seus pequenos defeitos. Aliás, deveríamos nos orgulhar de nossas falhas, é o que nos torna humanas, e não bonecas de porcelana. Arrebatador é assistir ao desnudamento de uma mulher em que sempre se poderá confiar, mesmo que vire ex, mesmo que saiba demais.Pouco tempo atrás, posar nua ainda era uma excentricidade das artistas, lembro que se esperava com ansiedade a revista que traria um ensaio de Dina Sfat, por exemplo.- pra citar uma mulher que sempre teve mais o que mostrar além do próprio corpo. Mas agora não há mais charme nem suspense, estamos na era das mulheres coisificadas, que posam nuas porque consideram um degrau na carreira. Até é. Na maioria das vezes, rumo à decadência.

Escadas servem para descer também.Não é fácil tirar a roupa e ficar pendurada numa banca de jornal, mas, difícil por difícil, também é complicado abrir mão de pudores verbais, expor nossos segredos e insanidades, revelar nosso interior.Mas é o que devemos continuar fazendo.Despir nossa alma e mostrar pra valer quem somos, o que trazemos por dentro. Não conheço strip-tease mais sedutor.

Tuesday, 26 August 2008

A vida e tao rara!


A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos. Charles Chaplin

Que a vida nao dura pra sempre, todo mundo sabe. Agora quantas vezes ao dia, voce, eu, sua mae, sua tia, seus amigos, quantas vezes a gente para pra pensar no milagre que e cada segundo que marca o tic tac do relogio na parede? Quantas vezes a gente para? Quantas vezes a gente respira, com todos os sentidos a vida que acontece agora?

Sinceramente, a vida a tao rara!
Cada momento, cada dia, deveria ser uma celebracao de se estar vivo. Aqui, agora, podendo saborear a existencia e suas infinitas possibilidades. Curtir a diferenca de cada um, poder olhar no olho de um estranho e tentar conhece-lo melhor, poder dizer a um irmao o quanto ele e importante, ou simplesmente ter a liberdade de dizer para aquele amigo que ele e um pe no saco, e que assim nao da mais.
Cada vez mais me convenco de que precisamos ser vigilantes com nosso tempo e com a forma que respiramos cada fracao de segundo. O ar que entra nos pulmoes e que e a vida existindo, mas tambem se extinguindo. Precisamos ser vigilantes com a forma que olhamos o mundo ao nosso redor, para que tenhamos um olhar mais agucado para tudo aquilo que nos faz bem, e uma miupia maior para aquilo que nos faz mal, que nos faz sentirmos inferiores, tristes e sem esperancas.
A grande verdade e que somos donos da nossa vida. O que significa que temos todo o poder que nos cabe de muda-la o tanto quanto quisermos, ate o ultimo dia da nossa existencia. A morte, essa sim, nao esta ao nosso alcance. Mas a vida, que corre hoje ligeira sob nossos pes, essa e nossa, e diante dela corre um rio de liberdade e possibilidades esperando para serem abracadas.
Abra a janela, olhe ao redor, olhe pra dentro, nesse universo imenso que existe em ti. Pare. Respire. Saboreie. Ouca. Sinta. Presinta. Descubra o que te faz bem. E va em busca desses momentos.
Colha sorrisos como flores cheirosas, ou trofeus para por na tua estante pessoal. Leia mais! Leia livros que te facam bem, que te ajudem a ver mais beleza e misterio, leia menos sobre crime e corrupcao, ja que nao vai fazer nada para mudar, de nada adianta te deprimir a respeito. Te surrenda a pessoas que nao so querem o teu bem mas que te facam bem! Te facam sentir MAIOR, te permitam brilhar e ser quem queres que desejas ser. Porque nem todo o amor e bom. Saiba julgar. Te doe tambem, te sacrifique um pouco, para que nao te tornes um ser humano egoista e insensivel, mas nao te esqueca do amor que deves ter por ti mesmo, para que esse amor seja grande e assim te proteja dos predadores da tua auto estima e da tua coragem.
A vida e um jogo muito intenso, e veio sem regras. As vezes e dificil jogar, noutras a gente acha que so perde. Mas o segredo e esse: Nao tenha medo de ser feliz! A felicidade nao exige regras, e nem receitas, comeca com um sorriso, comeca aqui, hoje. Ela comeca pequena, vem das coisas mais simples, e geralmente daquelas que nao podem ser compradas, nem vendidas: uma praia, uma montanha, um por de sol, um abraco de pai, um olhar de um amigo, um elogio, a conquista do amor puro de uma crianca.
A vida e uma magia acontecendo a cada segundo, com tantas pequenas e grandes vitorias. Com tantas flores coloridas a serem plantadas por nos e outras para serem colidas.
Se pelo menos perdessemos o medo, e arriscassemos mais. Se atirando na vida, como quem se atira no mar. A vida de cada um, seria uma grande obra prima, esperando ser escrita e descrita pelos Deuses das outras dimensoes, das quais tao pouco sabemos.

Ame, como se nao houvesse amanha, porque se voce parar pra pensar, na verdade nao ha.

Carpen Diem!!!!!
Ana Frantz

Tuesday, 19 August 2008

Um poema


Por favor, não me analise Não fique procurando cada ponto fraco meu. Se ninguém resiste a uma análise profunda,Quanto mais eu...Ciumento, exigente, inseguro, carente Todo cheio de marcas que a vida deixou Vejo em cada grito de exigência Um pedido de carência, um pedido de amor.Amor é síntese É uma integração de dados Não há que tirar nem pôr Não me corte em fatias Ninguém consegue abraçar um pedaço Me envolva todo em seus braços E eu serei o perfeito amor.



Humor negro, mas as vezes ate que que da vontade...

Free


You are always free to change your mind and choose a different future, or a different past.
Richard Bach

Thursday, 14 August 2008

Acho que sou bastante forte para sair de todas as situações em que entrei, embora tenha sido suficientemente fraco para entrar." Caio Fernando Abreu

Friday, 8 August 2008

TRANSFORMEI MEU CABELO OUTRA VEZ...

Contente outra vez

Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada 'impulso vital'. Pois esse impulso ás vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como 'estou contente outra vez' " Caio Fernando Abreu

Monday, 4 August 2008





Quando ha muitas portas abertas, em qual delas se deve entrar? Quando ha muitas chaves como descobrir a certa? Em meio ao deserto como conseguir encontrar a saida?



No meio de uma depressao, onde encontrar aquele impulso capaz de nos tirar daqui?????????



Tuesday, 29 July 2008

Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche. Martha Medeiros

Das curvas da estrada

Quantas vezes te prometi coisas, que eu sabia, nao poder cumprir. Te enganava, mas era para te segurar perto de mim. Quantas vezes jurei para mim mesma, que nao iria mais chorar. Que depois de bater a porta nao iria mais voltar. Quantas vezes eu implorei para mim mesma, um pouco de dignidade. O quao importante era nao pedir perdao, quando a culpa nao havia sido minha. Quis nao ser mais a vitima. Lutei para nao te esquecer. Me vigiei para nao me deixar partir. Te quis, e quis te amar. Suportei tua prisao, a ferro e fogo. Tuas negacoes. Ate agora eu me paraliso com a ideia do amor que eu tenho, mas que nunca foi o que tivemos. Invento, crio, algo. Nao sei. Penso que te amo. Mas talvez amo essa falta, que insisto em pintar nos teus olhos, o brilho que nunca esteve la.

Sera que um dia eu tive o teu amor? Quantos segundos na vida, tu me olhastes profundamente? Em quantos minutos tu entendestes cada palavra da minha boca?

Ao meu redor vai e vem, essa nunvem de confusao. Te querer, nao te ter. Abstinencia. Raiva e rancor. Se coloco meus pes em terra estranha, me seguro em cima do muro, porque nao quero me deixar partir. Nao quero que me percas. Mas tu, ja nao sabes mais quem eu sou. Ja nao queres mais tudo o que fui. Negas, te renegas, a ti e a teu amor. nao me falas da verdade. Tuas palavras sao vazias da intimidade que um dia eu te dei. E te dei tantas coisas. Todas as coisas do meu mundo. Do meu vasto mundo. Dos meus paradoxos mais profundos, e dessa delicia de ser, e desse inferno de ser. Te dei o que eu sou, inteiramente. Entao nao me peca para evitar a dor, ou a fala em solucos, porque tudo o que vivi foi intensamente.

E eu me prometi, nunca mais chorar por ti. Nem mais um dia, nem mais um momento. Mas ainda te sinto em mim. Sinto tua respiracao e o ritmo do teu coracao. Sinto tua alegria, e tua dor. Nunca disse que poderia ser essa reinvencao que criastes. Mas era eu, quem te amava como eras. Em meio a meus gritos de raiva, todo mundo via, que era a ti que eu adorava. Pulastes fora da montanha russa, e agora me dizes que queres uma estrada unica.

Va! Corre em busca dessa estrada reta, porque eu ainda estarei procurando as curvas. As curvas tortas da vida. E rezo para que numa curva bem acentuada eu me bata de frente com alguem que ame as curvas da estrada tanto quanto eu, e aceite meus gritos de dor e meus gemidos de prazer com a mesma intensidade. A.F

*** and? ***




Enquanto tu espera um chamado do destino, eu espero que nao seja tarde demais e rezo para que tua confusao passe antes que a minha comece. A.F





Sera, so imaginacao? Sera, que vamos conseguir vencer


Tuesday, 22 July 2008


I exist despite of you...

Monday, 21 July 2008

palavras











E foi pela manha. Pelas circusntancias dos caminhos trocados. Ela atravessando Londres em um taxi as seis da manha, pensando nele. Ele a caminho do aeroporto pensando nela. Ai me pergunta uma velinha na plateia - Mas porque eles nao podiam ficar juntos?Porque nem sempre o amor basta, responde, uma voz rouca ao fundo...

Was just for a litlle while

Your eagle eyes looking for mine

Your hands searching inside

Searching for my deepest secrets

Was just a moment, a single tic-tac on the watch.

Was just for a litlle while,

you inside me.

Your kisses in my tongue. Your hands around my soul. How did you manage to still that from me so easily? AF

All I needed now was a litlle room.

A litlle dark room. A space alone.

Where I can close my eyes and dream just for a little while... A F

*



Difícil é expressar
por gestos e atitudes
o que realmente queremos dizer,
o quanto queremos dizer,
antes que a pessoa se vá.
Carlos Drumond de Andrade

Ardencia

Quando te vejo esqueco das muralhas imensas que construimos entre nos. Quando me olhas- me despes com teu olhar. E sou tua! Mesmo quando ja nao quero ser, nao porque me faltou amor, mas porque precisei sobreviver a ele. Quando tuas maos acariaciam meu rosto e teu olhar perfura a minha alma, como so quem carrega meu coracao na mao poderia fazer. E quando me convence de que preciso de tua presenca para me sentir viva. Nao. Viva nao. Para me sentir humana. Preciso da tua negacao, do teu julgamento sujo, quase ignorante. Preciso odiar tudo que acreditas, para so assim descobrir o que me traz a fe.
Te preciso, e isso deveria bastar. Poderia ser tao simples. Mas eu sei, e tu sabes, que nao sobreviveremos se ficarmos juntos.
E quase como um vicio. Um paladar que perdeu o juizo. O amargo dos meus dias ao teu lado, o exagero da logica, e uma loucura ao contrario.
Mas te amo, e isso pra mim ja basta. Contigo meu mundo e pequeno, quase cabe em uma caixa, sem ti meus horizontes, sou eu quem invento. Mas no final da tarde, ou no amanhecer de um dia cinza, e teu reflexo que tento enxergar no espelho, tentando ainda reconhecer algum traco qualquer de memoria. Algum beijo teu, um eco de teus gritos, e de todo aquele desassossego. Me olho, me procuro, tento te encontrar em mim, mas o que vejo, e uma outra pessoa. Uma icognita, um buraco negro, um poco vazio.
Entre risos, choros, e oracoes, escondido no fundo do peito, e meu desejo que mora. E ele e teu, e eu sei, e tu sabes, que nao consegues me seguir, nao sabes me acompanhar, e nao queres que eu te siga.
Ana Frantz

Pensar e transgredir


Nao lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos. Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo. Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação. Sem ter programado, a gente pára pra pensar. Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se. Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto. Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas.
Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar. Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo. Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos. Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem. Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada. Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado. Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança. Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade. Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for. E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Lya Luft

Porque quando te vejo tudo o que quero e que me leves contigo, mesmo sabendo que teu paraiso e meu maior inferno? A.F

Da arte


Nao sei



E da para definir a dor? Tentar expulsar de alguma forma, como se abrindo os poros da pele, ela, pudesse verter livre pela superficie. Tentar falar a respeito e dificil, tentar expor, explicar para um amigo da dor que sente. E como se fosse doer tudo outra vez. Manter a dor quieta na alma, e como se aliementassemos um pequeno monstro a cada segundo. E da para esquecer a dor? Olhar para o outro lado, prender o pensamento, comer um sorvete, sair para dancar, comprar um vestido laranja, colocar uma flor azul no cabelo. Nao sei.

Ana Frantz





Wednesday, 16 July 2008

Fenix


E como se precisasse renascer em mim mesma a cada semana. Rebuscar forcas, reinventar novas esperancas, replanejar todo o meu futuro. Muitas coisas flutuando na minha cabeca no momento. Muito querer. Uma confusao evasiva, como um momento de mudanca como esse exige, eu acho. Por isso resolvi assistir um pouco a esse bale da vida, resolvi sentar na plateia e olhar as asas indo de um lado para o outro sob meu olhar para mais tarde tomar minhas decisoes, trassar meus rumos.

Ana Frantz

Friday, 11 July 2008

Thursday, 10 July 2008

De um amor maior ainda


Nao sei de onde vem. Nao sei porque vem e me atinge assim, dessa forma. As vezes me atira no chao com tamanha furia, que vejo meu sangue verter. Noutras me nutre e me abraca com tanto carinho e me faz flutuar. Essa inconstancia. Essa dor constante, essa vontade de ir embora, e esse medo de fugir de tudo que me faz tao mal.

A solidao concreta nao me aflige mais. Seus tijolos tao imensos que insistem em construir muros ao meu redor nao me amedrontam. Ha dias que escalo suas arterias e passo para o outro lado sem maiores dificuldades, noutros em que me enfraqueco adormeco na sombra de sua muralha, e sonho com outras terras.

Nao sei de onde vem, esse mal me quer. Esse bem me quer. Essa confusao. Esse estranhamento. Essa falta de movimento.

Ha um amor maior beirando meu mar. E me sinto inundar por essa corrente de querer bem. Esse elo. A preocupacao. O pesar. Oro para quem quero bem. Abraco quem eu amo em pensamentos. Desejo estar perto. A verdade e que hoje me distancio de todas as coisas e de todos que amo. Me distancio do que me faz bem. E luto sozinha contra o mal. Me confundo, e me perco. Mas dentro de mim ha um amor maior. Pela vida! Pleo passado e pelos dias que virao. Se e que eles virao!

Nao sei porque, a vida e injusta, e a saudade tao amarga. Nao sei de onde vem essa sensacao de que tudo vai dar errado. Esse medo de nada lhe bastar. Essa nescessidade de se sentir protegido. Protegido de que, por Deus, eu me pergunto? Havera de haver protecao maior que a vida?

Me entrego a forca que ha em mim. Amo com a voracidade que pede a vida. Amo os que estao distantes. Amo tambem quem esta por perto, e a eles ensaio piadas, porque gosto de ver sorrisos na boca dos outros. Amo quem eu perdi, e esses eu amo em silencio, e quase segredo. Amo o meu passado, e tento ganhar o meu futuro. Meu presente e sempre uma nevoa que aflora e deixa um certo aroma, ninguem ve direito o que se foi, nem o que vem. O presente passa rapido demais para ser definido, ou lembrado, como presente. Por isso sou feita de passado, e de um futuro que nao sei se chegara.

Sou feita de faltas. Sou feita de saudades. E de um amor maior ainda.

Ana Frantz

Livros que me acompanham em 2009

  • Notes from my travels- Angelina Jolie
  • THE SHAMANIC WAY OF THE HEART - Chamalu- Luis Espinoza
  • Shooting Butterflies - Marika Cobbold
  • The Global Deal - Climate change and the creation of a new era of progress and prosperity- Nicholas Stern
  • The Penelopiad- Margaret Atwood
  • Discover Atlantis - Diana Cooper
  • Tne Gift - How the creative spirit transform the World - Lewis Hyde
  • My East End: A history of Cockney London- Gilda O'Neil
  • Delta of Venus- Anais Ninn
  • The Little Prince- Antoine de Saint Exupéry *** Apr
  • Doidas e Santas- Martha Medeiros (March)
  • The English Patient by Michael Ondaatje
  • Gilead by Marilynne Robinson - Feb
  • Healing With the Faries by Doreen Virtue (Feb)
  • Montanha Russa- Martha Medeiros (Feb)
  • O codigo da Inteligencia - Augusto Curry - Feb
  • O Ensaio sobre a cegueira - Jose Saramago ( Jan Lendo)

Livros que andaram comigo em 2008

  • Meditacao a primeira e ultima Liberdade by OSHO ( Dec)
  • The English Patient by Michael Ondaatje (Dec Lendo)
  • Harry Potter and the Philosopher's Stone - J.K Rowling (Oct Lendo)
  • The PowerBook - Janette Wintersone (Oct- )
  • A vida que ninguem ve- Eliane Brum (Sep - Lendo)
  • The Birthday Party - Panos Karnezis - (Sep )
  • Ensaio sobre a Lucidez -Jose Saramago (Lendo...)JUN
  • Nearer The Moon -Anais Ninn (Lendo..) JUN
  • Superando o carcere da emocao - Augusto Cury(lendo...) JUN
  • Perdas e Ganhos- Lya Luft Jun(Releitura) Jun
  • A Mulher que escreveu a Biblia - Moacyr Scliar(May) ****
  • The Secret By Rhonda Byrne (May)
  • Time Bites -Doriss Lessing March (lendo...)
  • Life of Pi - Yann Martel (March to May )
  • The Kite Runner -Khaled Hossein /March ****
  • Back when we were geown ups / ANNE TYLER (larguei na metade)
  • O Sonho mais doce - DORIS LESSING /Feb ****
  • The Crimson Petal and the White- MICHAEL FABER / Dec-Jan / ***

Livros que me acompanharam em 2007

  • Burning Bright - TRACY CAVILER
  • Fear of flying - ERICA JOUNG (larguei na 50th pagina)
  • I'll take you there - JOYCE CAROL OATES ***
  • Memorias de minhas putas trsites GABRIEL GARCIA MARQUEZ ***
  • The Siege - HELEN DUNMORE ***
  • A girl with a pearl earing - TRACY CHAVILER ***
  • A year in Province PETER MYLES ( larguei na metade)
  • The mark of the angel- NANCY HUSTON-
  • A bruxa de portobelo - PAULO COELHO -
  • Under the Tuscany Sun - FRANCES MAYA -
  • Sophie's World - JOSTEIN GAARDER *
  • The umberable lightness of being - KUNDERA- **
  • As aventuras da menina ma MARIO VARGAS LOSA - ****

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